Faz tempo que te escrevo uma carta de despedida, logo eu que não gosto de despedidas, talvez por isso escreva, apague, volte a escrever, procure sinónimos.
Gostava de te escrever algo simples, mas eu tenho esta mania de complicar, não sei escrever objectivamente como quem soma dois mais dois.
O pior de tudo é começar... Olá? na.. na.. na..
Que te direi eu?
Desta vez há-de ser uma carta sem rodeios, preto no branco, sem blá blá blás como nos testes de filosofia do secundário em que 90 por cento é palha para mostrar que até se dá uns toques na matéria... pronto lá estou eu a divagar!
Retomando:
EU + ESTOU + A + ESCREVER-TE + PORQUE...
Sim, tem de ser assim.
E depois é esperar, pela minha morte, de uma vez por todas, que a tua "não resposta" seja por si só uma resposta. Nada de tentar iludir-me com desculpas absurdas do tipo "ah ele não recebeu a carta", "E se a resposta se perdeu?", nada disso! Fica já aqui selado o contrato!!!!
Como eram bons os pequenos intervalos das nossas brigas, as travessias entre um desentendimento e o outro.
Antes a intermitência de ter-te não te ter, ter-te não te ter, ter-te não te ter
Do que a perda dos sinais vitais, o piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii do ventilador
Quando vais perder esse hábito de me abreviar a vida?
O tempo parece demorar-se...
Aguardo o futuro sem intermitências, sem piiiiii´s
Aqueles dias em que os teus braços não me vão fugir, nem os teus beijos desaparecer-me dos lábios...
Aguardo o dia em que nos despedimos das despedidas...
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. 10 meses e 11 dias depois...
. 8 meses e 29 dias depois....