Devolve-me!...
... e não leves muito tempo a fazê-lo...
Devolve-me o meu sorriso, nem que seja apenas a sobrevivência de um dia depois do outro,
Devolve-me, peço-te, não demores... Chega de ver a vida como um poço sem fim, escuro e húmido, de onde não consigo sair porque as paredes, cobertas de musgo, me fazem escorregar as mãos.
Devolve-me as cores dos trapos que visto. Leva contigo a melancolia que se cola à pele e que suga o sangue. Salva-me do abismo para onde me inclino.
Devolve-me os sentidos além do amargo, da dor, do escuro, do silêncio. Entrega-me em mão os dias que são pequenos demais, leva contigo este inverno prolongado, rigoroso.
Devolve-me um acordar saudável, o meu espreguiçar de "tão bom estar viva". Restitui-me a diversidade dos sonhos, não queiras ser personagem única, persistente, de lugar cativo.
Peço-te!
DEVOLUÇÕES
Devolve-me...
O museu dos dias que passam como um sopro,
O sol por dentro,
O lilás, o azul e os tons alegres.
Devolve-me!
As tonalidades do pincel da bondade,
O espelho que sorri,
Uma lágrima de rir.
Devolve-me...
O sentir que entra como brisa pela porta da frente,
O arrepiar de uma corrente de ar,
A possibilidade da verdade contada pelo meu corpo.
Devolve-me!
As pernas que me permitem voar!
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