After Amsterdam

Um fervedor que está ao lume

Agua que ferve

Oito meses quantos dias são?

Entorna, evapora

Dezassete dias somam quantas horas?

O lume continua a queimar

O adeus que não apaga

A garganta que inflama

Um adeus que me mata a cada dia que passa

Um nó que não desata

Torna-se assim, difícil o consolo no regresso a casa. O Inverno que persiste, a chuva que caí com todas as suas forças no vidro do carro, uma canção que me impeço de ouvir, pensamentos que me proibo de repetir. CHEGA!!!  grito-me... confundo a esperança de chegares com a esperança de te esquecer, confronto-me com elas!

"A esperança é um medicamento muito forte,

Que na sua forma pura, por diluir

Pode causar-nos dano." Michael Kohlmeier

Como em qualquer problema de dependência, é necessário estar convencido de que se quer abandonar a droga em que pode converter-se um mau amor como o nosso, é necessária uma boa dose de vontade e determinação antes que se chegue ao estado da "camisa de forças" de tanto te querer e crer manter vivo "entubado" por uma respiração artificial...

Há momentos em que é preciso impôr a realidade em toda a sua nudês, sem dós nem piedades! assim... crua e dura:

Se me amasses:

- Ligarias (o meu numero é o mesmo)

- Enviarias uma carta (a morada mantêm-se)

- Batias à minha porta (conheces o caminho de olhos fechados)

(...)