DESENCONTRO COM A PSICOLOGA (2ª consulta)
Para quem pensa que eu estou na esperança de te esquecer, desengane-se! As consultas servem para te perceber, para nos ajudar, como uma terapia de casal a título singular. E não me venham com a história de que "tenho que encontrar o meu equilibrio", eu tenho é que arranjar uma estratégia para chegar até ti, aliás... é nesses projectos que o meu cérebro trabalha diariamente!
Diagnóstico:
Não é amor! é não saber perder! é o sentimento de rejeição!
Mau Maria! Que conversa é esta? Não vim cá para ouvir isto! (penso)
Querem ver que agora tenho que declarar guerra à minha própria psicologa? Eu nunca fui "Maria vai com as outras" no que respeita ás minhas ideias e não será uma psicologa que me vai demover de ti!
Nunca foi fácil, o nosso amor sempre foi uma montanha russa, um on e off, um percurso cheio de obstáculos, subidas íngremes, piso escorregadio mas que sempre, sempre conseguimos superar.
Hoje a luta trava-se dentro de ti, não consigo sequer chegar-te para nos ajudar a sobreviver desta dura batalha. A tua teimosia, o teu orgulho, a tua falta de capacidade para perdoar!
"Na liberdade da solidão, acordas do lado deserto da cama, é nesse lugar onde mais te encontras
Na multidão de desconhecidos pareces sentir segurança
Na estrada da vida sem mantimentos afectivos procuras a saída, fazes do amor um singular
De costas curvas carregas o luto dos dias que por ti passaram
Prenuncias palavras que te minguam o coração
Julgas-te confinado á "solitária" de nome vida, acordas e olhas o espelho com ar ameaçador e agressivo... fabricas um sorriso
Já nada te sacia... só a ti te procuras
As carências sao a bagagem que te move
Nenhuma reacção! ... e o silencio já soa a castigo
Gastas oxigénio aos poucos só para sentires o sufoco de que mascaras a ansiedade
A todo o custo, sem preço nem medida.. onde quer que esse caminho te leve
Pensas ter perdido esse tudo que não aceitas seres TU e tentas provar o amargo, não na boca mas no peito, que te trará a tão desejada vitória na luta constante contra os teus limites...
Eu perdi... e tu?" (assino, 5 Abril 08)
Cito-me:
Quando a guerra acabar...
Os braços estarão cansados, as veias dilatadas, a voz rouca
As folhas de jornal estarão gastas de notícias banalmente repetidas
Os serões serão frios e esguios
Daremos conta que as chamas ardentes e corrosivas foram estintas pelo silêncio
Quando esse dia chegar nos bolsos não restarão mais pedras e o olhar carregará a desconfiança que trava a abertura e o altruísmo
No rosto restará a foligem, nas mãos a profundidade de rios que não escoam, o sangue viajará contra a corrente
Nesse dia já ninguém recordará a terra que um dia foi fértil, em que um dia se semeou
Seremos apenas dois soldados de roupas gastas e rotas
No tacto farpas cravadas impedem o sentir
Por dentro, se descermos o túnel que nos leva dentro de nós encontraremos, no lugar do coração, cacos do que outrora se construiu e se pensou para sempre
Quando a guerra acabar, quando esse dia chegar...
... à nossa volta reinará a destruição movida pelo egoísmo, pelo argulho desmedido que deitou a baixo o sonho, o mesmo sonho... ou... seremos apenas dois estranhos de uma mesma história habitantes de um olhar distante...
(25.03.08 before Amsterdam)
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