Cartas e mais cartas
Palavras escritas
Lágrimas garatujadas
Sons apagados do papel
Discos riscados de tanto soar
Tudo, só para te imaginar
Adivinhar o sorriso do teu ler
Imaginação... é um país enorme e sem fronteiras
O lugar das possibilidades
Onde sonhos e criatividade se tornam marido e mulher
Sem que a morte os separe
Mas... a imaginação pode ser a nossa maior inimiga!
Oh realidade redutora! Cidade inacabada
Data crítica, elevada pressão social!
Agarrem-me que eu vou-me a ele,
Tragam fita cola larga, cola rápida,
Cosam-me a boca,
Se não me seguram é hoje...
Escrevo-te de mais uma e outra forma,
Com mais ou menos letras,
Por sms, mail, carta ou telegrama
Até que a voz me doa...
Até ao fim das combinações possíveis,
Esgoto todas as línguas, meios de comunicação
Ideias e signos além dos convencionais,
Sonoros, gráficos e gestuais.
E quando, se um dia a palavra me faltar...
Hei-de tornar-me uma ladra,
Tomarei como meus os sinónimos da escrita,
De poetas e pintores,
Músicos e escritores
Se para te escrever o plágio me servir...
pois que seja!
Vivo numa ilha rodeada de pontes que me ligam a ti, de laços que não se desfazem
Pontos não acessíveis que se separam por rios, águas, obstáculos
Nesta corrente natural que flui com continuídade navegam, hoje, apenas as letras, palavras que guardo só para mim, pouso-as, para que um dia, sem querer, sem que eu permita, as possas ler
Escrevo palavras que te beijam como se tivessem boca, combinações perfeitas
Exprimo unidades da linguagem, empresto-lhes o que sinto
Palavras...
Já acordei de noite para as registar,
Já me esqueci de um ponto final propositadamente,
Já passei dias sem lhes falar, outros esperei para as ouvir,
Já lhes declarei guerra!
Já as perdi...
Hoje perco-me nelas aqui!
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