Pertenço-te!
Sem intervalos nem interrupções,
Em cada risco, rabisco ou homenagem à escrita que aqui repousa, em cada carta.
Pertenço-te, sou tua...
Em cada espera por uma palavra tua,
Em cada silêncio obedecido e gesto punido,
Em cada plano por cumprir em cada desejo multado,
Pertenço-te...
Em cada pedra que piso, em cada sonho que não me deixa descansar
Em cada passo que me impedes, em cada ausência que lastimo,
Pertenço-te!
Baloiço entre o sim e o nada, numa cadência invisível
Saboreio o vento que outrora me beijou o cabelo, sinto-lhe um travo a tudo, a nada
Fico suspensa entre o amor e a indiferença
Sustenho a respiração
Abandono-me, deixo de sentir os pés na terra
Atiro-me para fora de pé numa oscilação, sem que ouça rodar a chave para lado nenhum
Não me pertenço
Obedeço
O medo está por perto, empresto-lhe um pouco de mim
Olho linhas escritas no cèu... para quê? pergunto-me
Só queria parar este escrever que me acorda e me abala o sossego, que me deixa neste vai e vem
Já é hora de voltar, os ponteiros marcam um depois necessário, um virar de página, um desvio para a vida
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