Um fervedor que está ao lume
Agua que ferve
Oito meses quantos dias são?
Entorna, evapora
Dezassete dias somam quantas horas?
O lume continua a queimar
O adeus que não apaga
A garganta que inflama
Um adeus que me mata a cada dia que passa
Um nó que não desata
Torna-se assim, difícil o consolo no regresso a casa. O Inverno que persiste, a chuva que caí com todas as suas forças no vidro do carro, uma canção que me impeço de ouvir, pensamentos que me proibo de repetir. CHEGA!!! grito-me... confundo a esperança de chegares com a esperança de te esquecer, confronto-me com elas!
Hoje foi dia de regresso ao passado!
Dia de aniversário da minha mãe, jantar para celebrar, apenas o pequeno núcleo familiar.
Enquanto o meu pai não chegava, um zaping pelos canais (um luxo TVcabo! em minha casa ainda continuam a existir apenas 4 canais e com chuva gratuita!!). Acabei por assistir a um grande filme dos grandes anos 80 "Regresso ao futuro"! (Grande Michael J. Fox!!!)
Fez-se o momento de cantar a célebre melodia dos parabéns. Velas? ups... faltam as velas! Havia umas velinhas velhotas no fundo da gaveta da cozinha, um número 1 e um número 8! Lá em casa ainda ninguém fez 81 anos, feitas as contas aquelas eram exactamente as velas que soprei quando fiz 18 anos!
Hoje é mesmo dia de regressos ao passado! Pensei...
Pensei se um dia, daqui a alguns anos regressarei a este dia e como de ti, se, me recordarei!?
Talvez...
Um encontro na Praia, direi: ahh... olha... parece mesmo o (...), não, não deve ser! mas parece mesmo! Está velho, já tem uma bela barriguinha e ahhh tantos cabelos brancos! terá casado? será que já tem filhos?
O dia de hoje parecerá tão distante, terei dificuldade em lembrar-me do teu sobrenome e talvez reconheça que todo este sofrer tenha sido uma tolice minha...
Talvez...
No cinema... de regresso a Barcelona
Vicky Cristina Barcelona
É uma comédia romantica de woody Allen sobre duas miudas que passam o verão em Barcelona.
Em cada cena do Filme, um lugar que me trás recordações, minhas, nossas...
Lugares por onde passámos, passeámos... Ramblas, Barri Gótic, Casa Batló, Gaudi... Gaudi... Gaudi, La Pedrera, Parc Guell...
Inclusivè uma banco de jardim, onde nos sentámos para carregar energias deliciando-nos com uns frutinhos e bolachas de chocolate.
... como não deixar cair uma lágrima quando este fui o ultimo destino em que dormimos juntos?
Barri Gótic
Baloiço entre o sim e o nada, numa cadência invisível
Saboreio o vento que outrora me beijou o cabelo, sinto-lhe um travo a tudo, a nada
Fico suspensa entre o amor e a indiferença
Sustenho a respiração
Abandono-me, deixo de sentir os pés na terra
Atiro-me para fora de pé numa oscilação, sem que ouça rodar a chave para lado nenhum
Não me pertenço
Obedeço
O medo está por perto, empresto-lhe um pouco de mim
Olho linhas escritas no cèu... para quê? pergunto-me
Só queria parar este escrever que me acorda e me abala o sossego, que me deixa neste vai e vem
Já é hora de voltar, os ponteiros marcam um depois necessário, um virar de página, um desvio para a vida
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